Dos pequenos momentos gratuitos de felicidade



Eu, como típico espécime da classe nerd e cinéfilo de carteirinha,

tenho essa mania de ficar relacionando e romanceando as coisas, e ficar fazendo citações.

Volta e meia algum acontecimento me faz lembrar de algum filme ou livro.

Me vejo recordando falas inteiras de algum personagem, e adaptando para o meu contexto.

É uma espécie de déjà vu, onde nunca sei ao certo se é a vida que imita a arte

ou o contrário.

Eu sou o primeiro post do ano do Jack...

Tem destas vezes também, onde me pego emocionado em frente à tela, por ver serem retratados,

pequenos momentos de simplicidade e beleza.

Percebo que não sou o único a me emocionar e que além disso, existem pessoas

capazes de transmitir toda a essência destes momentos, para a tela e para o papel.



No meu caso, que tenho o agravante de ser sonhador e um romântico incorrigível,
sempre encontro dessas "pequenas belezas" pela vida e pelas telas.
São sempre coisas das mais simples que despertam esse sentimento que alenta o coração.
São vislumbres, flashes, quem sabe de algo muito maior.

À pouco terminei a leitura de um livro chamado "Amor em minúscula"
onde à estes momentos é dado o nome de "satori".
São aquelas ocasiões em que o mundo parece diminuir a rotação e parar;
por uma fração de segundos tudo parece ter sido explicado, por um pequeno instante,
toda a vida ganha um sentido. E, depois da luz, do clímax, esse momento desvanece
- como numa estrela cadente - e a escuridão retorna.

É  como nesse trecho de que gosto muito do filme "Beleza Americana":

[  "... é assombroso! Quando você vê uma coisa dessas, é como se Deus olhasse para você, por um segundo. E se estiver atento, você pode olhar de volta."
"- E o que você vê?"
" - Beleza."  ]     


e nesse outro:


[  "Quer ver a coisa mais bonita que já filmei?

Era um dia daqueles, alguns minutos antes de nevar e havia eletricidade no ar.

Quase dá pra ouvir,não dá?.
Esse saco tava dançando comigo. Como um garotinho me implorando pra brincar.
Durou 15 minutos.

Foi nesse dia que eu percebi que havia vida por trás das coisas.

E essa incrível força benevolente que queria que eu soubesse que não havia razão pra ter medo.

Nunca.

O video é substituição inferior, eu sei. Mas me ajuda a me lembrar ...eu preciso lembrar.
As vezes eu sinto que há tanta beleza no mundo que eu não posso resistir.

E meu coração ... ele vai desmoronar"  ]

É quando estamos diante de desses "satori" que nos damos conta de que a felicidade 
independe de conquistas materiais. Que ela é mais facilmente encontrada nas coisas pequenas,
nas coisas simples.



Abra bem os olhos, e veja!

No meu caso, tenho meus pequenos ou grandes "satori" por várias rasões:

Quando vejo um bom filme, leio um bom livro que me emocionam;

Quando começa a chover e sinto aquele cheiro de terra molhada;

Quando tomo um café bem quente numa manhã fria;

Quando recebo um daqueles sorrisos mais sinceros vindo de um completo estranho;

Quando toca aquela música que lembra alguém especial;

Quando recebo um sms/telefonema inesperado de alguém que eu julgava esquecido;

Quando dou um presente e vejo o sorriso de satisfação no rosto dos meus filhos;

Quando me apaixono;

Quando tenho crise de riso;

Quando olho nos olhos de alguém e a pessoa sustenta meu olhar;

Quando olho a natureza, e me deparo com a grandeza e beleza de toda a criação...

e em muitos outros momentos.

E o mais importante, é que a cada um desses momentos, eu percebo que não preciso de nada além destas pequenas coisas para ser feliz.