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Mostrando postagens de junho, 2012

Da série textos foda: Proibido Ser Morno

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Hoje acordei cheio de vontades, engasgado com meus tantos anseios. Ainda na cama desejei ser um galã à moda antiga e quem sabe enviar uma carta apaixonada para bem longe, só pelo prazer de esperar ansiosamente por uma resposta construída com palavras imprevisíveis.   Abri os olhos com a ânsia gritante de recrutar amigos, dos mais sem vergonha, e fazer com eles minha primeira serenata, dessas que começam com pedra atirada na janela e terminam em aplausos solitários e lágrimas caindo de surpresa sobre o parapeito do meu peito, água derramada pela mulher descabelada, que envergonhada mostraria todos os dentes num sorriso impossível de ser guardado para mais tarde. Hoje despertei arrependido pelas tantas portas de carro que deixei fechadas, com medo de ser cavalheiro em demasia, de fachada, a ponto de parecer mal-intencionado num mundo que atropelou tanta gentileza do passado. Acordei sem conseguir engolir as muitas vezes que cheguei à casa dela de mãos vazias, quando o